sábado, 27 de outubro de 2007

Poesia "em marcha"




"Nha cretcheu,

meu amor,
o nosso encontro vai tornar a nossa vida mais bonita por mais trinta anos.

Pela minha parte, volto mais novo e cheio de força.

Eu gostava de te oferecer 100000 cigarros,
uma dúzia de vestidos daqueles mais modernos,
um automóvel,
uma casinha de lava que tu tanto querias,
um ramalhete de flores de quatro tostões.

Mas antes de todas as coisas
bebe uma garrafa de vinho do bom, e pensa em mim.

Aqui o trabalho nunca pára. Agora somos mais de cem.
Anteontem, no me aniversário foi altura de um longo pensamento para ti.

A carta que te levaram chegou bem?
Não tive resposta tua.

Fico à espera.

Todos os dias,
todos os minutos,
todos os dias,
aprendo umas palavras novas,
bonitas,
só para nós dois mesmo assim à nossa medida,
como um pijama de seda fina.

Não queres?

Só te posso chegar uma carta por mês.

Ainda sempre nada da tua mão.
Fica para a próxima.

Ás vezes tenho medo de construir estas paredes
eu com a picareta e o cimento e tu, com o teu silêncio.

Uma vala tão funda que te empurra para um longo esquecimento.
Até dói cá dentro ver estas coisas más que não queria ver.

O teu cabelo tão lindo cai-me das mão como erva seca.
Ás vezes perco as forças e julgo que vou esquecer-me"


Na barraca não há caneta.

Que tristeza!

Mete o poema na tola, Lento!

1 comentário:

Dani disse...
Este comentário foi removido pelo autor.